A Vida Invisível (2019)

Pra começar, drama não é o meu gênero favorito, mas geralmente assisto aos filmes mesmo

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assim. Inclusive, antes de começar a falar sobre o filme em si, faço essa recomendação, sai da sua zona de conforto. Assista a filmes de gêneros que você normalmente não gosta, pois a chance de se surpreender é grande, mas voltando ao filme.

No caso aqui do filme brasileiro A Vida Invisível o drama  é um dos mais intensos que vi nos últimos anos. Sério, que drama intenso. 

A Vida Invisível se passa no Rio de Janeiro dos anos 50 onde as irmãs Guida e Euridice, vividas respectivamente pelas atrizes Julia Stockler e Carol Duarte, irmãs bastante unidas.

Mas por escolhas, que elas nem tiveram, foram separadas por toda vida. 

Não vou falar mais da história em si pra não estragar a experiência de quem ainda não assistiu A Vida Invisível. 

Só pra deixar registrado, eu saí depois de assistir a esse filme dirigido pelo Karim Aïnouz bastante triste, mas isso não foi ruim.

Eu costumo falar que quando um filme traz um sentimento tão forte, independente qual seja esse sentimento, seja alegria ou tristeza, significa que o filme funcionou. E sem dúvida o drama nesse filme funciona. A todo momento durante o filme eu tentava imaginar como seria viver a vida dessas personagens principais, as irmãs Guida e Eurídice.

Cada uma das irmãs sofriam e iam vivendo sofrendo. Elas sofriam problemas distintos em momentos distintos. Mas a todo momento o filme mostrava essa ligação entre as irmãs. O forte em A Vida Invisível é sem duvida nenhuma o elenco. 

Aqui cada ator e atriz entrega o necessário ao personagem, sem forçar nada.E por falar em elenco, os momentos finais do filme com Fernanda Montenegro como Eurídice são fantásticos. Em um minuto de cena, Fernanda Montenegro mostra porque é essa lenda viva do nosso cinema. Sério, um minuto. 

Ela pega algo em cena e o olhar que ela faz é tão intenso que é de arrepiar. Mas não é só a Fernanda Montenegro, como eu disse todo elenco de A Vida Invisível é fantástico

.A única coisa que eu mudaria em A Vida Invisível seria a duração. O longa poderia ser um pouco menor. As mais de duas horas poderiam ser reduzidas facilmente. 

Falo que poderia ser reduzido pois realmente o filme me deixou bastante pra baixo.Duas horas de puro de sofrimento. E como disse antes, se o filme trás uma emoção, ponto positivo.

Se você gosta de drama, recomendo você assistir A Vida Invisível. Vale demais a pena.

Nota: 3,5/5

Direção: Karim Aïnouz

Roteiristas: Murilo Hauser, Inés Bortagaray, Karim Aïnouz

Elenco: Julia Stockler, Carol Duarte,Flávia Gusmão, Fernanda Montenegro, António Fonseca, Gregório Duvivier, entre outros

Casa de Antiguidades (2020)

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Antes de começar a falar sobre o filme em si, gosto de ressaltar o que falo quando o longa é o primeiro trabalho de um diretor ou diretora: É tão bom quando a pessoa começa com o pé direito no cinema. É ótimo ver um diretor ou diretora estreando de forma excelente em seu primeiro longa-metragem.

João Paulo Miranda Maria começa com o pé direito em \”Casa de Antiguidades\” e já se destaca em grandes festivais. Além da direção, João Paulo Miranda Maria também assina o roteiro, que é bem interessante. 

O filme tem como protagonista um senhor negro imigrante de cerca de 70 anos, ou seja, três fatores de preconceito que são abordados durante boa parte da história.

No longa vemos o personagem do senhor, interpretado por Antônio Pitanga, um excelente ator brasileiro, enfrentando diferentes tipos de preconceito ao longo do filme, seja por ser idoso, negro ou imigrante. Ele mora no sul do país, em um futuro distópico, em uma região que deseja se separar do Brasil e que não aceita pessoas de outros estados. É uma região sul bastante racista. 

O filme aborda esses assuntos polêmicos, o que é muito bom. O cinema precisa falar de política e discutir outros assuntos considerados polêmicos, e isso é interessante.

A atuação de Antônio Pitanga é muito precisa nesse filme. Ele consegue transmitir seus pensamentos e emoções apenas com os olhos em algumas cenas, sem dizer uma palavra sequer. É impressionante como compreendemos o que ele está pensando por meio do olhar. 

Uma coisa que chamou minha atenção em \”Casa de Antiguidades\” foi que, quando o personagem fala durante a maior parte do tempo, o foco não está nele, mas sim na reação da pessoa que está ouvindo. Isso é bastante interessante de se ver.

Outra coisa queme chamou muito a atenção em \”Casa de Antiguidades\” ,  foi o designe de produção. Pequenos detalhes como adereços nas paredes ou até mesmo reflexos em janelas ajudaram a contar a historia.

Como mencionei, o filme trata de assuntos polêmicos, como racismo, maus-tratos aos idosos, falta de saneamento básico e política. 

Então Casa de Antiguidades pode não agradar a todos, mas vale a pena.

Nota: 3/5

Direção: João Paulo Miranda Maria

Roteiristas: João Paulo Miranda MariaFelipe Sholl

Elenco: Antonio Pitanga, Ana Flavia Cavalcanti, Sam Louwyck, Soren Hellerup, entre outros

Duração: 1 h 27 min

Dois Córregos (1999)

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Hoje é dia de falar sobre o filme nº 93 da Lista dos Melhores Filmes Brasileiros segundo a Abraccine: “Dois Córregos: Verdades Submersas no Tempo” de 1999.

Dirigido por Carlos Reichenbach, o longa mostra Ana Paula, vivida por Beth Goulart, lembrando de seu passado numa casa na cidade de Dois Córregos. Na adolescência a mesma personagem Ana é vivida por Vanessa Goulart.

E durante boa parte do filme vemos o relacionamento de Ana com sua amiga Lydia (Luciana Brasil), Tereza (Ingra Liberato) e o tio Hermes (Carlos Alberto Riccelli).

Inclusive o personagem de Riccelli é o fio condutor da história. São as ações dele que fazem a história mover.

“Dois Córregos: Verdades Submersas no Tempo” é mais um olhar sobre a Ditadura no Brasil entre os filmes escolhidos pela Abraccine, mas é um olhar diferente do já mostrado nos filmes anteriores. É um olhar quase intimista.

O grande destaque aqui no filme é sem dúvida suas belas locações. As imagens a beira dos córregos, imagens aéreas da cidade, entre outras, são magnificas.  A trilha sonora também é algo que merece o destaque. Durante várias cenas do filme se ouvem músicas tocadas no piano dentro da casa e elas são executadas pela atriz Luciana Brasil. Ponto forte do filme.

Já algo que não se destaca são as atuações dos personagens secundários, mas nada que prejudique a experiência. Tirando os já citados acima, os demais atores/atrizes deixam a desejar por serem amadores.

Mas como disse, isso não prejudica na experiência do filme, pois na maioria do tempo em”Dois Córregos” as atuações são mais contidas, principalmente do personagem de Riccelli. O personagem dele é mais contido para evitar problemas e quando o mesmo extravasa, tem de tomar uma decisão que vai mudar tudo, por isso falei que é o personagem que faz a história mover.  

“Dois Córregos: Verdades Submersas no Tempo” é um filme interessante, visualmente muito bonito e com uma história, baseada em fatos, contida, mas que mostra com certeza a que veio.

Central do Brasil (1998)

A primeira vez que assisti a Central do Brasil eu tinha 14 anos e confesso que achei muito ruim, mas eu era muito imaturo na época. 

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Agora, depois de mais de 20 anos, decidi dar uma segunda chance para \”Central do Brasil\” e foi a melhor coisa que fiz. Finalmente entendi porque o filme é um clássico do nosso cinema. O longa muito bom mesmo.

A fotografia deste filme é maravilhosa, com algumas cenas que se destacam. 

Lembro de uma cena específica que me chamou bastante atenção, em que mostrava uma igreja no meio do sertão, parecendo uma pintura. A direção de Walter Salles é precisa, assim como a trilha sonora. Mas o destaque são as atuações. Todo o elenco secundário é muito bom, mas claro que tenho que falar de Fernanda Montenegro.

Finalmente, entendi quando as pessoas dizem que ela foi roubada no Oscar. Realmente, ela merecia todos os prêmios pelo seu trabalho em \”Central do Brasil\”. Sua atuação está impecável. Acompanhamos todo o arco da personagem, passando por diferentes sentimentos: começamos com raiva, depois sentimos dó e novamente raiva. É uma sequência de emoções muito bem construída com a personagem de Fernanda Montenegro.

Uma coisa que recomendo para aqueles que não gostam de \”Central do Brasil\” é dar uma segunda chance. 

Talvez você tenha assistido quando o filme foi lançado, naquela época em que eu realmente não gostava dele e não tinha maturidade para apreciar.

 Conforme fui amadurecendo meu gosto pelo cinema, descobri vários filmes nacionais que aprecio, então por que não \”Central do Brasil\”? Eu dei uma segunda chance e tenho certeza de que você vai olhar o filme com outros olhos.

Valeu muito a pena assisti-lo vinte anos depois do lançamento e vinte anos depois de eu tê-lo assistido pela primeira vez. 

Sério, compensa demais.  Se você ainda não deu uma chance, ou uma segunda chance para \”Central do Brasil\” agora é uma boa hora. 

Tenho certeza de que você vai gostar.

Nota: 5/5

Direção: Walter Salles

Roteiristas: Marcos Bernstein, João Emanuel Carneiro, Walter Salles

Elenco: Fernanda Montenegro, Vinícius de Oliveira, Marília Pêra

Aruanda (1960)

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Hoje é dia de falar sobre o filme nº 94 da Lista dos Melhores Filmes segundo a Abraccine: Aruanda de 1960.

Esse é mais um curta da lista dos Melhores Filmes, mas não perde em nada para os longas até então assistidos.

No início do curta dirigido por Linduarte Noronha acompanhamos uma família saindo de sua casa em pleno Sertão da Paraíba a procura de se estabelecer próximo a água. Depois acompanhamos outras famílias no Quilombo em Serra do Talhado. E assim como a primeira família mostrada, vemos o sofrimento de uma vida. Famílias que tentam sobreviver, seja com plantação de algodão, seja com artesanato. Famílias que tentam sobreviver em meio a miséria.

As imagens preto e branco ressaltam ainda mais essa miséria de um povo que vive semanalmente com “300 a 400 Cruzeiros por família”. Tentei converter tal valor e cheguei a menos de R$0,50. Algo absurdo, não só em tempos atuais, mais naquela época também.

Durante os pouco mais de 20 minutos de curta acompanhamos pessoas abandonadas pelo Estado, mas que lutam para sobreviver em um lugar desumano. É um choque ver a forma que pessoas viviam (e vivem) no Brasil e toda a desigualdade.

Aruanda deve ser assistido, sem dúvidas.

Carandiru (2003)

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Antes de começar, foi bem interessante re-assistir Carandiru, principalmente depois de assistir a Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou, filme que vai representar o Brasil no Oscar em 2021.

No filme de Barbara Paz, cuja critica você ouve aqui ou assiste aqui, temos um apanhado breve pela vida de Hector Babenco. E um dos principais filmes dessa carreira, esse que vou falar aqui, Carandiru.

Carandiru foi dirigido pelo Babenco em 2003, com base no livro Estação Carandiru do médico Dráuzio Varella.  Li esse livro há algum tempo, não me recordo a data precisa, mas recordo que a leitura foi bastante fluida, apesar dos temas densos narrados.

Aqui no filme do Babenco esses temas densos estão em sua essência, mas a adaptação deixa um pouco a desejar. Carandiru é sem dúvidas um grande filme, não é esse o ponto aqui. Mas o livro tem um aprofundamento melhor.

O elenco de Carandiru são um dos grandes méritos do filme. Nomes como Rodrigo Santoro, Gero Camilo, Ailton Graça, Lázaro Ramos, Enrique Diaz, Wagner Moura, são alguns dos atores envolvidos. E cada atuação surpreende. Não há porque destacar uma ou outra atuação, sendo que aqui o coletivo é o mais forte. A vida dos presidiários e demais envolvidos é retratada com uma certa dose de crueza e ao mesmo tempo retratada de forma humanizada. Mérito de Babenco e sua equipe.

Outro mérito de Carandiru, sem dúvidas são os cenários do filme, cada um mais realista que outro. Falo aqui dos cenários construídos, não do próprio Carandiru que foi utilizado em algumas cenas. A magnitude da casa de detenção é impressionante e assustadora.

Carandiru não é um filme para todos, mas com certeza é um filme que deveria ser assistido por todos, tanto para conhecer historias, quanto para conhecer a história trágica do próprio local e dos reais detentos.

Antes de começar, foi bem interessante re-assistir Carandiru, principalmente depois de assistir a Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou, filme que vai representar o Brasil no Oscar em 2021.

No filme de Barbara Paz, cuja critica você ouve aqui ou assiste aqui, temos um apanhado breve pela vida de Hector Babenco. E um dos principais filmes dessa carreira, esse que vou falar aqui, Carandiru.

Carandiru foi dirigido pelo Babenco em 2003, com base no livro Estação Carandiru do médico Dráuzio Varella.  Li esse livro há algum tempo, não me recordo a data precisa, mas recordo que a leitura foi bastante fluida, apesar dos temas densos narrados.

Aqui no filme do Babenco esses temas densos estão em sua essência, mas a adaptação deixa um pouco a desejar. Carandiru é sem dúvidas um grande filme, não é esse o ponto aqui. Mas o livro tem um aprofundamento melhor.

O elenco de Carandiru são um dos grandes méritos do filme. Nomes como Rodrigo Santoro, Gero Camilo, Ailton Graça, Lázaro Ramos, Enrique Diaz, Wagner Moura, são alguns dos atores envolvidos. E cada atuação surpreende. Não há porque destacar uma ou outra atuação, sendo que aqui o coletivo é o mais forte. A vida dos presidiários e demais envolvidos é retratada com uma certa dose de crueza e ao mesmo tempo retratada de forma humanizada. Mérito de Babenco e sua equipe.

Outro mérito de Carandiru, sem dúvidas são os cenários do filme, cada um mais realista que outro. Falo aqui dos cenários construídos, não do próprio Carandiru que foi utilizado em algumas cenas. A magnitude da casa de detenção é impressionante e assustadora.

Carandiru não é um filme para todos, mas com certeza é um filme que deveria ser assistido por todos, tanto para conhecer historias, quanto para conhecer a história trágica do próprio local e dos reais detentos.

Blá Blá Blá (1968)

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O número 96 da lista dos 100 melhores filmes é um curta. E que curta meus amigos leitores do Alguma Coisa de Cinema.

Passei os 26 minutos de “Blá Blá Blá”, de Andrea Tonacci, vidrado na tela. A atuação de Paulo Gracindo como um ditador de um país como Brasil é de cair o queixo.

O ditador vivido por Gracindo passa boa parte do curta em tela fazendo um discurso à nação, daí o título do filme,  “Blá Blá Blá”. Ele fala muito, mas ao mesmo tempo não diz nada lógico. É um discurso que tem seus momentos de tranquilidade, mas em sua maioria é explosivo. 

E é aqui que esse discurso é assustador. Um filme de 1968 tem um discurso político que pode se encaixar em um Brasil de qualquer época, do passado ao presente. Governantes achando que são “Deuses”, que podem fazer tudo, que pode declarar guerra contra todos, que tem seus seguidores fiéis, etc.

 “Blá Blá Blá” é um curta de ficção, mas que poderia se passar por um documentário de época. Ressaltei a atuação de Paulo Gracindo, mas outros personagens como por exemplo Nelson Xavier contrapõem, mesmo que rapidamente, o ditador. 

Depois de assistir “Blá Blá Blá” fiquei ainda mais admirado com a coragem que alguns cineastas tinham em tocar em feridas. Costumo dizer que o Cinema é a arte ideal para se falar de Política, como aqui nesse curta.

“Blá Blá Blá” pode não agradar a todos. Deve incomodar muitos, pela sua semelhança com as realidades da Política do Brasil. Mas com certeza merece demais estar nessa lista dos Melhores Filmes Brasileiros. Simplesmente Fantástico.

O Signo do Caos (2005)

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A crítica agora é sobre o filme de número 97 do Ranking dos 100 Melhores filmes Nacionais, “O Signo do Caos”.

Dirigido por Rogério Sganzerla, que tem mais três filmes na lista dos 100 melhores, “O Signo do Caos” é realmente caótico, mas isso tem um motivo.

Durante o filme acompanhamos um sensor do governo, Dr. Amnésio, vivido por Otávio Terceiro, analisando e recortando um filme estrangeiro de Orson Welles.

E ao mesmo tempo que Amnésio vai apagando ou re-editando em tempo real o filme que está sendo exibido, o filme “O Signo do Caos” também vai sendo recortado e editado em tempo real.

Vemos aqui uma série de experimentos. A começar pelos filmes, inicialmente preto e brancos e depois coloridos, passando pelo som, composto em momentos por músicas e outras vezes pelo silêncio e até mesmo dublagens fora de sincronias. Várias imagens são reutilizadas, mas com contextos diferentes.

E assim como em “Meteorango Kid, Herói Intergaláctico”, já comentado aqui no site, “O Signo do Caos” é uma crítica ao cinema e a forma que se fazia cinema na época. Apesar disso os filmes são totalmente diferentes. “Meteorango” usa um formato como se fosse um documentário, quase amador. Já aqui em “O Signo do Caos” o formato é quase um filme policial antigo. 

E é interessante ver essa colcha de retalhos que foi “O Signo do Caos”.

Estranho, com certeza, mas interessante. É outro filme que com certeza minha crítica não vai nem esboçar o que é essa obra caótica. Não é todo dia que podemos assistir a um antifilme (sim, esse longa já inicia se rotulando assim).

Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (2021)

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Antes de falar sobre o Homem-Aranha: Sem Volta para Casa preciso fazer um breve contexto sobre o personagem e minha vida como fã de cinema.

Em 2002 assisti ao Homem Aranha do Tobey Maguire e fiquei maravilhado com o que o cinema baseado em quadrinhos poderia mostrar. A direção do Sam Raimi para o personagem foi fantástica. Quando a trilogia acabou em 2007 achei que não veria o herói tão cedo, apenas nos DVDs Duplos que tenho na minha coleção de filmes.

Mas esqueci que em Hollywood, quando se tem dinheiro envolvido tudo é possível. E a Sony, detentora dos direitos do cabeça de teia, decidiu não perder tais direitos e decidiu que em 2012 tivemos um reboot com o Andrew Garfield no papel do Homem Aranha, agora O Espetacular Homem-Aranha.

Confesso que deixei passar essa fase do Garfield  e não assisti aos filmes. Era inviável assistir um novo Aranha, pois pra mim a primeira trilogia tinha sido quase impecável e o Aranha de Maguire quase definitivo. Além disso, não apoio a ideia da Sony de fazer qualquer coisa para não perder os direitos do herói.

E assim não iria assistir as futuras encarnações do personagem nos cinemas. Até que veio a parceria da Marvel, que é a criadora do personagem, com a Sony. A Marvel utilizaria o herói em seu Universo Cinematográfico e em contrapartida participaria dos roteiros e produção de filmes solo para a Sony. 

Ora, teríamos finalmente Homem Aranha na essência dos quadrinhos e com a qualidade cinematográfica da Marvel na Sony. E com isso decidi acompanhar essa fase do Homem Aranha agora com o Tom Holland.

Essa introdução foi para ressaltar que assisti aos filmes com Tobey Maguire e Tom Holland e não assisti aos de Andrew Garfield. Tudo para falar que não aproveitei Homem-Aranha: Sem Volta para Casa como boa parte do público no cinema

Aliás, é estranho dizer que estava com saudade de poder pegar uma sessão de filme de herói lotada. A plateia vibrando em cada cena (algumas confesso que não entendi tamanha empolgação).

Em Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, Homem Aranha tem sua identidade, Peter Parker, divulgada e precisa lidar com as consequências disso. 

As consequências? Primeiro a negativa de Peter (Tom Holland) , sua namorada M. Jay (Zendaya) e seu amigo Ned (Jacob Batalon) na Universidade. Cá entre nós essa parte do filme foi bem gratuita, tudo acontece para que o feitiço do Dr Estranho (Benedict Cumberbatch) seja feito. 

Vilões vindos dos outros universos do Aranha no Cinema. Então temos vilões das eras Maguire e Garfield. Obs: Faltou pelo menos um vilão dessa nova fase. 

E como grandes poderes trazem grandes responsabilidades, temos em  Homem-Aranha: Sem Volta o retorno dos Aranhas acima citados, de Tobey e de Andrew. 

Confesso que nas partes dos vilões e do próprio Aranha de Tobey Maguire a nostalgia falou mais alto e aproveitei mais. Já nos vilões e no Aranha de Andrew Garfield, no início fiquei perdido, mas no final entendi mais desse universo. Ainda não assisti essa fase do Herói vivida pelo Andrew e acho que nem devo assistir, mas fica a dica para quem quiser.

 Homem-Aranha: Sem Volta para casa é um bom filme do herói, mas não é nem o melhor filme  da Marvel, nem o melhor filme do Aranha (o melhor, fica a dica: Homem-Aranha no Aranhaverso). 

Mas como disse, é um bom filme do herói.

Se você gosta do personagem, vale a pena ver Homem-Aranha: Sem Volta para Casa.

Nota: 4/ 5

Homem-Aranha: Sem Volta para Casa

Direção: Jon Watts

Roteiro: Chris McKenna e Erik Sommers

Elenco

Tom Holland, Zendaya,Benedict Cumberbatch, Jacob Batalon, Jon Favreau,Jamie Foxx, Willem Dafoe, Alfred Molina, Marisa Tomei, Andrew Garfield, Tobey Maguire, entre outros.

Duração : 2h 28m

Não Olhe para Cima (2021)

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Não Olhe para Cima é um filme que divide opiniões. Uns amam, outros odeiam. Acho que é um meio termo, nem tão bom, nem tão ruim. Está mais pra “ok”. De longe é o melhor de Adam McKay. É o filme “menos arriscado” do diretor de O Âncora, Vice, A Grande Aposta 

Nesse filme temos o maior elenco de McKay, sem sombra de duvidas. Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence,Meryl Streep, Cate Blanchett, Jonah Hill, Mark Rylance, Tyler Perry, Timothée Chalamet são alguns dos nomes desse filme da Netflix. 

Não Olhe para Cima é a prova de que nem sempre ter o melhor elenco faz do filme o melhor. O que importa é o roteiro e Não Olhe para Cima tem um dos roteiros menos inspirados da carreira de Adam McKay, vide o seu longa anterior, o ótimo Vice. Aqui temos uma sequência de boas ideias, mas previsíveis ideias. 

McKay faz um roteiro ambíguo, que deixa diversas interpretações e todas são fracas. Parece que McKay não teve a coragem de deixar claro a sua mensagem principal. Ele não aprofunda em nenhum dos assuntos, o que é uma pena, pois esse filme tinha grande potencial. 

No mais Não Olhe para Cima é um filme divertido. Vale pelas atuações, pelas risadas e pelo burburinho que causou. Poderia ser melhor? Sem sombra de duvidas.  McKay já provou que sabe fazer filmes mais corajosos. 

Nota: 3 / 5

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Não Olhe para cima

Direção: Adam McKay

Roteiristas: Adam McKay e David Sirota

Elenco: Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence,Meryl Streep, Cate Blanchett, Jonah Hill, Mark Rylance, Tyler Perry, Timothée Chalamet , Ron Perlman, entre outros.

Duração: 2h 25m