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Blá Blá Blá (1968)

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O número 96 da lista dos 100 melhores filmes é um curta. E que curta meus amigos leitores do Alguma Coisa de Cinema.

Passei os 26 minutos de “Blá Blá Blá”, de Andrea Tonacci, vidrado na tela. A atuação de Paulo Gracindo como um ditador de um país como Brasil é de cair o queixo.

O ditador vivido por Gracindo passa boa parte do curta em tela fazendo um discurso à nação, daí o título do filme,  “Blá Blá Blá”. Ele fala muito, mas ao mesmo tempo não diz nada lógico. É um discurso que tem seus momentos de tranquilidade, mas em sua maioria é explosivo. 

E é aqui que esse discurso é assustador. Um filme de 1968 tem um discurso político que pode se encaixar em um Brasil de qualquer época, do passado ao presente. Governantes achando que são “Deuses”, que podem fazer tudo, que pode declarar guerra contra todos, que tem seus seguidores fiéis, etc.

 “Blá Blá Blá” é um curta de ficção, mas que poderia se passar por um documentário de época. Ressaltei a atuação de Paulo Gracindo, mas outros personagens como por exemplo Nelson Xavier contrapõem, mesmo que rapidamente, o ditador. 

Depois de assistir “Blá Blá Blá” fiquei ainda mais admirado com a coragem que alguns cineastas tinham em tocar em feridas. Costumo dizer que o Cinema é a arte ideal para se falar de Política, como aqui nesse curta.

“Blá Blá Blá” pode não agradar a todos. Deve incomodar muitos, pela sua semelhança com as realidades da Política do Brasil. Mas com certeza merece demais estar nessa lista dos Melhores Filmes Brasileiros. Simplesmente Fantástico.

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