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Guerra Conjugal (1975)

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Decidi que irei assistir e comentar sobre os 100 melhores filmes brasileiros de acordo com a lista da Abraccine – Associação Brasileira de Críticos de Cinema.

E pra começar sobre o longa Guerra Conjugal, posição 100 do ranking. Vale destacar logo no início da crítica que o filme é de 1975, então muitas coisas que vemos em tela não eram aceitas na época. Hoje então nem se fala. Mas depois explico melhor isso.  

Dirigido por Joaquim Pedro de Andrade, Guerra Conjugal, tem três núcleos base. E o filme mostra pequenas cenas desses núcleos. Acreditava que em algum momento esses núcleos teriam um vínculo entre si, porém a única semelhança entre eles é que todos eles têm como base homens inescrupulosos.

O primeiro núcleo apresentado tem como centro Joãozinho, vivido pelo ator Jofre Soares. Aqui vemos um homem casado há anos, porém a cada oportunidade que tem desvaloriza sua companheira Amália, vivida por Carmem Silva. Amália é apresentada ao público como sendo submissa ao marido. Ela faz tudo pelo companheiro e o mesmo não a valoriza. Mas aos poucos vamos vendo que essa relação entre eles não é o que parece e a mulher não é tão submissa assim.

O segundo núcleo do filme é o do Doutor Osíris, vivido de forma magnífica por Lima Duarte. O consagrado ator entrega ao público um advogado totalmente canastrão e mulherengo, que dá em cima de todas as mulheres que encontra. Literalmente todas, e isso inclui desde uma funcionária do escritório até algumas mulheres casadas que querem se divorciar. Assim como no primeiro núcleo, as mulheres aparentam uma coisa, porém são outra.

Por fim, o terceiro núcleo, o núcleo Nelsinho. Nelsinho, vivido por Carlos Gregório, é um homem totalmente desrespeitoso. Ele é apresentado em cena chutando um cachorro, dando cerveja para uma senhora cega enquanto isso tem relações sexuais com a neta da mesma. Por falar em relações sexuais, o filme tem algumas cenas quase explicitas, por parte de todos os personagens, porém isso não é relevante aqui. Voltando ao personagem Nelsinho, após sair da casa de sua companheira, ele faz uma série de visitas a outras mulheres e com todas, ou quase todas, ele tem uma relação.

Como disse no início da crítica, naquela época essas atitudes dos três personagens não eram aceitas. Isso claramente é mostrado no filme. O longa é uma crítica a esses tipos de homens. O problema aqui é que o tom de Comédia às vezes utilizado no filme acaba sendo de mau tom. A comédia não funcionou aqui, mas isso sob a minha ótica de 45 anos depois do lançamento do filme. Às vezes na época funcionava.

Antes de finalizar, vale ressaltar aqui, as atuações, por mais que os personagens sejam polêmicos, são muito boas. Destaquei Lima Duarte, mas os outros atores e atrizes estão bem nos respectivos papéis.

Outra coisa que vale o destaque são os cenários. Cada núcleo citado tem um conjunto de cenários totalmente diferentes uns dos outros e cada cenário conta algo sobre seus personagens.

Valeu assistir pela experiência de conhecer uma obra que com certeza passaria batido para mim. Não é meu filme favorito dos 100, mas estamos apenas começando.

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