Confesso que estava receoso em assistir mais um longa do diretor de Esquadrão Suicida, David Ayer. Mas o investimento da Netflix (algo em torno de 90 milhões de dólares) e a premissa de ver dois policiais, um humano e um Orc contra outros Orcs, Elfos, Fadas em um mundo real me deixaram curioso e fizeram dar o play em Bright.
Vale dizer logo no inicio dessa crítica: Bright não é um péssimo filme como pregam. É muito ruim, mas não péssimo.
O longa tem seus pontos positivos e os muitos pontos negativos. Uma coisa positiva é a premissa que me fez dar o play no filme, a de um universo de seres diferentes no nosso mundo. A ideia foi boa, a execução nem tanto.
O filme tenta apresentar dois policiais diferentes, que não se entendem mas que se unem pelo bem maior. Isso já foi visto várias vezes no cinema e muitas vezes melhor que no longa da Netflix.
Apesar que em Bright os policiais são um humano e um Orc. Ponto interessante, se fosse mais bem explorado. O policial humano, Daryl Ward, é vivido por Will Smith. Já o Policial Orc, Nick Jakoby, é vivido por Joel Edgerton.
A atuação de Smith não acrescenta em nada para a produção. Parece que o ator estava com preguiça de atuar em alguns momentos e era apenas Will Smith sendo Will Smith. Já atuação de Joel Edgerton é boa, em relação ao que o filme entrega.
Edgerton consegue trazer uma carga para o personagem apesar do roteiro fraco e, mesmo que cheio de maquiagem de Orc, o ator consegue se destacar.
Quem não consegue se destacar no filme são os Elfos. A vilã Leilah, vivida por Noomi Rapace é fraca.
Impressionante como talentos como Will Smith e Noomi Rapace foram mal aproveitados em Bright, mas isso é culpa do roteiro.
Voltando aos elfos, a vilã Elfa Leilah tem dois comparsas que estão ali apenas para morrer no final. Outro Elfo, dessa vez um dos “mocinhos”, é Kandomere vivido por Edgar Ramírez. Coloquei a palavra mocinhos entre aspas pois o roteiro deixa o espectador confuso.
A maquiagem do filme em relação aos Elfos é fraca. Tentam emular um Senhor dos Anéis, mas não convence. Se a maquiagem dos Elfos não convence, não posso falar o mesmo da maquiagem Orcs.
Cada Orc tem sua característica os atores que vivem a gangue dos Orcs atuam bem na medida do possível. Nem vou comentar a atuação da gangue dos humanos. Cada atuação mais sofrível que a outra.
A trilha sonora do filme, tem seus méritos. A mistura de Rap, Punk e música Pop é interessante. Pena que a edição e o ritmo do filme são um pouco confusos. Outra coisa confusa são os efeitos visuais do longa. Em alguns momentos parece que estamos vendo uma produção de segunda categoria, já em outros parece que estamos diante de um filme merecedor de prêmios.
Isso sem contar os excessos de cenas desnecessárias, como as cenas de nudez ou até mesmo um dragão voando sobre a cidade, por exemplo. A cena de nudez foram jogadas no filme para dar um ar de filme para maiores. E o dragão… até esse momento não sei o motivo.
Mas nada prejudicou mais Bright que o roteiro. Sim meus amigos, citei o roteiro diversas vezes nesse texto pois para mim foi o que mais incomodou.
O roteiro do longa é raso, sem aproveitamento, cheio de situações previsíveis e com claros problemas, principalmente nos diálogos. O roteirista Max Landis tenta criar uma mitologia para o filme, tenta fazer o espectador questionar a respeito do preconceito racial, mas falha em todas as tentativas. Mais uma vez parecia que estava assistindo a um filme de segunda categoria.
Roteiro fraco, edição confusa, efeitos genericos, atuações esquecíveis. Bright, na minha opinião, não vale continuação como já foi anunciado. Como disse é um filme muito ruim, não péssimo. Somente com mágica o diretor David Ayer consegue salvar o filme.
Assista por sua conta e risco Bright, um filme exclusivo Netflix.