em Cinema, Filmes Brasileiros

O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (2006)

\"\"

Hoje vou falar sobre o nº 98 da Lista dos 100 melhores filmes Brasileiros da Abraccine, “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”, de 2006.

Esse filme foi o representante do Brasil ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2008. O filme tirou “Tropa de Elite” da disputa e muito se falou na época sobre isso, se “Tropa” seria o nome ideal ou se a escolha brasileira seria a certa. Pois bem, o longa ficou entre os 10 semifinalistas e infelizmente não esteve entre os cinco finalistas. 

Não é preciso nem falar muita coisa quando se apresenta o filme assim. Com certeza é uma película de qualidade. Não vou entrar aqui no mérito de “O Ano” x “Tropa”.

Já adianto aqui que “Tropa de Elite” também é um dos 100 filmes, pra ser preciso número 30. Ambos são filmes de ótima qualidade, independente da posição nesse Ranking. Inclusive acho que “Tropa” seria uma ótima escolha, sem dúvidas. 

Mas voltando ao “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”, assisti  sem expectativa, apesar desse histórico do Oscar, e assisti a um filme belo e “leve”. Fiz questão de colocar agora a palavra leve entre aspas pois o filme fala de um assunto importantíssimo para a nossa história que é a Ditadura (que muitos insistem em falar que não existiu), mas mostra o período sobre o olhar de uma criança, Mauro, vivido por Michel Joelsas. Não é um assunto leve, mas é mostrado de uma forma leve.

Vale ressaltar que tanto a atuação de Michel, quanto das demais crianças do filme estão muito boas. Isso graças ao trabalho da equipe do filme, mas principalmente do diretor Cao Hamburger.

Cao Hamburger foi o criador de Castelo Rá-Tim-Bum, Disney Cruj, entre outros programas consagrados da TV que tinham crianças em papéis principais. Então ele trouxe toda essa experiência a esse filme.

O elenco adulto do filme também está muito bom, mas como disse, o destaque são as crianças. É sob a leveza do  olhar delas que acompanhamos o período conturbado dos anos de 1969/1970 e a Ditadura.  Apesar da leveza do filme, são grandes os momentos de tristeza e o filme deixa uma sensação ambígua, de alegria e tristeza em alguns momentos.

Lembrou um pouco de A Vida é Bela e outros filmes, mas ele difere ao mostrar o povo brasileiro, que mesmo sem motivos para ajudar uns aos outros, dão apoio. Destaque aqui para a relação de amizade entre o jovem Mauro e o senhor Shlomo vivido pelo Germano Haiut.

Em resumo   “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias” é um filme leve, que fala de assuntos pesados (que mais que nunca precisam ser falados. Vale a pena procurar o filme.

Escreva um comentário

Comentário