Cinema
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The Flash (2023)
A minha expectativa para The Flash era baixa. A saturação do gênero de super heróis, com diversos filmes de qualidade duvidosa, contribuiu com isso.

Outra contribuição para a expectativa foi o histórico do protagonista Ezra Miller (Animais Fantásticos) no Havaí. Não estou aqui para julgar as atitudes, mas a cada noticia do ator, mais eu me distanciava do filme.
Até que a Warner publicou o primeiro trailer, com a presença de Michael Keaton retornando como Batman.
Keaton foi o primeiro Homem Morcego nos cinemas , nos longas de Batman 1989 e Batman: O Retorno de 1992, ambos dirigidos por Tim Burton e que foram os filmes de Super Herói da minha infância (junto do Superman vivido pelo lendário Christopher Reeve).
E o trailer dava a entender que veríamos o mesmo Batman de Tim Burton, só que mais maduro. E isso me deixou um pouco mais empolgado, mas não a ponto de aumentar as expectativas. Afinal não seria Burton o diretor desse filme e sim Andy Muschietti (It: A Coisa).
Muschietti tenta trazer um bom filme para os fãs da DC Comics, porém seu filme está no meio de um caminho. The Flash vem depois de conturbado período da DC, com altos (The Batman e Joker ) e baixos (Liga da Justiça e Adão Negro), não leva o universo DC para a frente pois não reinicia como os quadrinhos Flashpoint fizeram (ainda teremos Aquaman no fim do ano).
O longa não é um reboot do universo DC nos cinemas, pois sabemos que o reboot (e o futuro da DC) está nas mãos da dupla James Gunn e Peter Safran. Ou seja, está no meio de um caminho.
Então a escolha feita aqui de homenagear o pentão de heróis da DC funciona demais. É um presente. O problema é que esse presente está embrulhado num papel, que ouso dizer, está sujo de merda, que são os efeitos visuais do longa.
The Flash tem a coragem de apresentar ao público ótimas ideias, com efeitos especiais que são piores que o que vimos há 20 anos. A indústria evoluiu e os efeitos aqui são horrendos. O diretor ainda saiu em defesa, falando que essa seria a visão do Flash, etc. O problema é que no mesmo filme essa visão tem alguns pontos de melhora. Muschietti tenta defender o indefensável.
Apesar do que eu considero auto sabotagem da equipe dos efeitos, The Flash é um filme bom. Principalmente pela nostalgia.
Michael Keaton mostrou que ainda é Batman, um dos melhores. Outros atores viveram esse papel, mas Keaton é o Batman. O ator em diversas oportunidades antes de The Flash, seja em Talk Shows, ou em discursos em faculdades, falava que era o Batman. E realmente é o único que pode falar isso.
No filme tivemos outro Bruce Wayne/Batman, vivido novamente por Ben Affleck (Liga da Justiça) e Affleck tem a sua redenção como Batman. Parecia que nos filmes anteriores o ator estava com má vontade de atuar como Homem Morcego, mas aqui ele entrega um bom personagem.
A Supergirl vivida pela estreante em longas Sasha Calle foi bem no filme, mas mal aproveitada. Não só ela. Os kryptonianos em geral foram mal aproveitados, inclusive o general Zod, vivido novamente por Michael Shannon. Se em Superman de 2013 o ator se destaca, aqui não passa de um vilão secundário, o que é uma pena.
Como disse, The Flash tem uma boa intenção ao homenagear os personagens do passado, e essas homenagens funcionaram. Não vou falar delas aqui para não estragar a surpresa. A última inclusive, antes dos créditos, foi a pra mim a mais surpreendente. O único momento que realmente ri na sessão.
E olha que o roteiro de Christina Hodson (Aves de Rapina) teve piada. Mas para mim não funcionaram. Piadas a cada cinco minutos no roteiro, algumas sem sentido algum. Parece que esse é o novo padrão dos filmes de herói, e isso contribui com a saturação do gênero que falei no primeiro parágrafo.
Depois de The Flash quero um tempo de filmes baseados em quadrinhos. Foi uma boa experiência, mas poderia ser muito melhor.
Nota: 2,5/5
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The Flash
Direção: Andy Muschietti
Roteirista: Christina Hodson
Elenco: Ezra Miller, Michael Keaton, Ben Affleck, Sasha Calle, Michael Shannon, entre outros
Duração: 2h 24m
Impressões (sem Spoilers) de The Flash
Expectativas para The Flash
Comentário sobre Homem-Aranha: Através do Aranhaverso
Homem-Aranha: Através do Aranhaverso
Na época da magnífica animação Homem-Aranha no Aranhaverso de 2018 falei que estava diante de uma das melhores animações já feitas e diante de um dos melhores filmes de super heróis já feitos. Inclusive levou para casa um Oscar de Melhor Animação no ano seguinte.

Em meus comentários antes deste Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, eu falava que achava pouco provável algo como o primeiro filme, algo tão fantástico, afinal existe um um ditado que “um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Ainda mais um “raio” da Sony, que explora o universo do aracnídeo nos cinemas. Vide os fracos Venom 1 e 2, o péssimo Morbius e os futuros (e duvidosos) Kraven o Caçador, El Muerto, Madame Teia .
Inclusive eu falei por diversas vezes para a Sony esquecer os live action do Homem Aranha e vilões e focar nas animações, para repetir o sucesso de Aranhaverso de 2018.
Acontece que um raio caiu no mesmo lugar e a Sony “queimou minha língua” e elevou o patamar que já era alto. Homem-Aranha: Através do Aranhaverso consegue ser ainda mais fantástico que o primeiro filme.
A animação foi dirigida por Joaquim Dos Santos, Kemp Powers e Justin K. Thompson misturou diversos elementos dos quadrinhos, com referências da cultura pop e do “mundo comum” que a cada frame, algo se destacava. Se a primeira animação era um vislumbre a cada segundo, aqui nem se fala.
A mistura live action e animação funcionou muito bem, a trilha sonora conseguiu chamar ainda mais a atenção. Tudo aqui foi bem pensado e bem executado.
O grande problema desse filme foi ser o filme do meio.Ser o segundo de uma trilogia. Ainda teremos um Homem-Aranha: Além do Aranhaverso em 2024. Se nesse filme as expectativas foram totalmente correspondidas, o nível subiu demais. Não consigo imaginar algo mais gracioso e fantástico que essa animação em 2024 (aguardando Sony me surpreender novamente).
A primeira animação levou a estatueta de Melhor Animação no Oscar 2019. Em 2024 não consigo imaginar um concorrente a altura de Homem-Aranha: Através do Aranhaverso.
Excelente animação que reinventa novamente o gênero de quadrinhos no cinema. Tomara que a Sony aproveite essa inspiração e mude o modo que trata o Peter Parker nos longas live action. E tomara que Marvel, parceira da Sony nesse universo aranha, também, pois está difícil de engolir esses últimos filmes pós Guerra Infinita.
Nota: 4,5/5
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Homem-Aranha: Através do Aranhaverso
Direção: Joaquim Dos Santos, Kemp Powers, Justin K. Thompson
Elenco: Hailee Steinfeld , Oscar Isaac, Shameik Moore ,Daniel Kaluuya , Jason Schwartzman, entre outros
Duração: 2h 16m
O Pior Melhor Filme de 2023 – Power Rangers Agora e Sempre
Expectativa Homem-Aranha: Através do Aranhaverso
Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore (2022)

Podemos falar que Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore é uma evolução. Ainda não é um Harry Potter, franquia que deu origem a esses novos longas. Mas parece que agora o “Wizard World” nos cinemas está ganhando mais forma.
As menções a franquia de Potter são diretas nesse terceiro Animais Fantásticos. Hogwarts está lá, com mais destaque. Inclusive em um momento aparece uma partida de Quadribol, com um personagem semelhante ao bruxo voando atrás do Pomo de Ouro. Se o filme não se passasse na década de 1930 poderíamos falar que era o próprio Harry.
Não só isso remete a Harry Potter. A trilha clássica é usada, a Fênix de Dumbledore aparece mais, vemos Hogsmeade. Tem muita coisa de Harry Potter e talvez por isso possa agradar o fã que vai prestigiar o filme, mesmo sabendo que ele não leva a história muito a frente.
David Yates retorna à direção. Ele foi o diretor dos dois anteriores Animais Fantásticos e Onde Habitam (2016) e Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald (2018) e é um antigo colaborador desse Universo Bruxo. Yates dirigiu Harry Potter e a Ordem da Fênix, Harry Potter e o Enigma do Príncipe e Harry Potter e as Relíquias da Morte 1 e 2.
Se tem uma pessoa que sabe trabalhar com esse tipo de filme é Yates.
Outra pessoa que também sabe é a criadora de tudo desse mundo J. K. Rowling. Excelente autora de livros, nem tão boa roteirista, vide os dois anteriores que foi roteiro exclusivo dela. Filmes praticamente esqueciveis. Sério, costumo me lembrar de detalhes de filmes e não consegui distinguir o que era filme 1 e 2 de Animais Fantásticos quando estava fazendo o exercício pra recordar.
Mas em Animais Fantásticos 3, Rowling não assina sozinha o roteiro. Dessa vez Rowling tem Steve Kloves como parceiro. Kloves é roteirista de praticamente todos os Harry Potter, só não assina Harry Potter e a Ordem da Fênix.
Por isso a evolução desse filme. Ainda tem muitas falhas, mas é superior (o que não é difícil) aos dois outros Animais Fantásticos.
Algo que me incomodou (sem spoilers significativos para a história, uma vez que isso já foi divulgado antes):
A \”origem da semente da separação e origem do mal\” ser na Alemanha, péssimo gosto. Em plena década de 30. O mal dos bruxos pode ter influenciado o mundo dos trouxas (não bruxos)?
Em 30 tínhamos a ascensão do Nazismo na Alemanha e colocar Grindelwald (Mads Mikkelsen) tentando exterminar os humanos e criar a raça pura dos bruxos foi horrível, totalmente desnecessário.
A ameaça à Dumbledore (Jude Law) também é desnecessária. Sabemos que o diretor de Hogwarts não sofrerá nada, mas o filme insiste em uma ameaça a ele. Insiste com a ideia que vão matar Dumbledore.
Aliás, o centro desses filmes dos Animais deveria ser Newt Scamander(Eddie Redmayne). Novamente continua sem tanto destaque. Será que no penúltimo e último filme esse destaque vem? Acho pouco provável, pois a relação Dumbledore e Grindelwald é antiga. Redmayne tem um destaque maior, mas a base é Dumbledore, afinal o título do longa é Segredos de Dumbledore.
Novamente Jude Law é uma ótima escolha para o diretor de Hogwarts. Seu Dumbledore funciona e a tensão com Grindelwald é sentida.
Mads Mikkelsen como Grindelwald funciona e muito. Excelente ator, que vive bons vilões. Melhor substituição que espero que continue. Mikkelsen substituiu Johnny Depp como vilão.
Por falar em substituição, quero ver o que a Warner e equipe de Animais Fantásticos vão fazer com Ezra Miller, que vive Credence . Credence teve muito destaque nessa franquia Animais, porém Ezra Miller tem passado por momentos turbulentos na vida real, sendo preso por diversas vezes, inclusive a ultima dias antes do lançamento.
A brasileira Maria Fernanda Cândido teve uma participação interessante nesse terceiro filme e tem potencial de destaque ainda maior nos próximos filmes. O Brasil também aparece de relance. Poderia ser melhor. Originalmente o filme se passaria aqui, mas mudaram para outros lugares. Quem sabe nos próximos. E não, para mim essa franquia ainda não precisa de cinco filmes.
Os Efeitos Especiais em Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore são de primeira. Não vi uma cena em que o efeito não estava bom. Possível indicado ao Oscar 2023, com chances de vitória.
No mais é isso. Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore é melhor que os antecessores, mas ainda tem o que melhorar. Espero que isso aconteça no próximo (e que eu me recorde desse filme na época)
Nota: 2,5 /5
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Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore
(Fantastic Beasts: The Secrets of Dumbledore)
Direção: David Yates
Elenco: Eddie Redmayne, Jude Law, Ezra Miller, Dan Fogler, Alison Sudol, Callum Turner, Jessica Williams, Katherine Waterston, Mads Mikkelsen, Maria Fernanda Cândido e outros.
Duração: 2h 23m
The Batman (2022)
Desde o anúncio de The Batman sob o comando de Matt Reeves eu vinha falando que talvez teríamos um bom filme. E esse filme superou as minhas expectativas.

A começar pela própria direção de Reeves, que na minha opinião vinha numa crescente desde a nova trilogia de Planetas dos Macacos.
Em The Batman, Matt Reeves está em seu auge. Coordena um filme de mais de quase três horas de duração e é praticamente irretocável. Reeves também assina o excelente roteiro do longa, juntamente com Peter Craig ( Jogos Vorazes: A Esperança, Bad Boys Para Sempre)
A começar com um elenco grandioso, que cada um tem seus momentos de destaque. Vale destacar aqui alguns deles, mesmo que brevemente
Andy Serkis, no papel de Alfred. Temos em The Batman um Alfred diferente dos anteriores, não um mordomo, mas um tutor . Um tutor com seus arrependimentos e sentimentos de culpa. Alfred aqui é um personagem que auxilia o Batman na resolução de mistérios.
Jeffrey Wright vive Gordon, um policial “honesto” em meio a uma polícia corrupta. Coloquei honesto entre aspas pois aqui vemos Gordon trabalhando diretamente com o Batman e isso não é bem aceito pelos outros policiais. E não só entre os corruptos. Gordon trabalha com o Batman no limite do que seria permitido pela polícia de Gotham e às vezes passa do limite. A relação entre Batman e Gordon é algo interessante de se ver. Parte do alívio cômico do filme (se é que podemos chamar de alívio cômico) vem da participação do Gordon.
Colin Farrell está irreconhecível no papel de Pinguim, não só fisicamente, mas em termos de atuação. Assim como John Turturro vivendo Carmine Falcone. Ambos atores entregam papéis que particularmente não estava acostumado a ver. Tanto Farrell quanto Turturro vivem mafiosos no filme, mas mafiosos com personalidades diferentes. Tanto Pinguim quanto Falcone já foram mostrados nos cinemas anteriormente, mas aqui temos as versões definitivas dos personagens.
Outra personagem que tem sua versão definitiva é Selina Kyle, a Mulher Gato, vivida por Zoë Kravitz. Já tivemos outras duas versões da personagem nos cinemas, mas aqui é que vemos uma base para ela. Selina não é vilã. Ela tem motivações para fazer o que faz e tem em The Batman espaço para brilhar.
O grande vilão do filme é o Charada, vivido por Paul Dano. Charada é mais um personagem que já vimos nesse universo cinematográfico do Batman, mas agora vimos algo assustador de verdade. Charada é um vilão que pode ocorrer nos dias de hoje. Alguém que sai de fóruns obscuros da Internet e consegue movimentar outras pessoas para fazer o que quer. A atuação de Paul Dano vai crescendo durante o filme e tem momentos preciosos, como o diálogo com o Batman no Asilo Arkham. Dano sai da calma à explosão de ódio em poucos segundos e isso é fascinante de se ver. O Charada dele está no mesmo patamar do Coringa de Heath Ledger, por exemplo.
E um vilão desse gabarito precisava de um Batman à altura. E o Batman/Bruce Wayne é vivido por Robert Pattinson. Desde o anúncio de Pattinson como Homem Morcego já vinha falando que ele tinha potencial de ser um dos melhores Batmans do cinema, o que é. Robert Pattinson vem trabalhando com os melhores diretores da atualidade, nos melhores projetos desde Crepúsculo . Então era certo que teríamos um Batman interessante, mas o que vi no longa foi impressionante. Pattinson parece não ter vaidades. se nos longas anteriores os atores tinham momentos sem máscara ou momentos de destaque, aqui o destaque é o Batman/Wayne. E quando vemos Pattinson sem máscara, vemos um Bruce sujo. Algo interessante de se ver
The Batman, não é perfeito, mas por causa de pouca coisa. A cena entre Charada e Coringa no Asilo Arkham, por exemplo. Não era o momento de mostrar o Coringa. A meu ver Charada poderia ser ainda mais explorado nos futuros filmes com Pattinson como Batman. E isso tira um pouco do brilho do filme. Mas é algo que podemos relevar.
The Batman é um excelente filme de detetive (finalmente) e um excelente filme do Batman. Um dos melhores por sinal.
Nota: 4,5/ 5
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The Batman
Direção: Matt Reeves
Roteiristas: Matt Reeves e Peter Craig
Elenco: Robert Pattinson,Zoë Kravitz , Jeffrey Wright, Colin Farrell, Paul Dano , John Turturro , Andy Serkis, entre outros
Duração: 2h 56m